O morcego
O morcego voando pela janela
Viu diante de um espelho a donzela
Que dizia penteando os cabelos
Um pequeno poema para seu amor encantar.
O cheiro de seus cabelos
Que vinha com soprar do vento
Deixava o recinto infestado
Com um doce cheiro de flor
A pretendida
Na penumbra da luz amarelada
Viu o bicho aterrorizada
E como uma louca desvairada se pos a gritar
O morcego agora confiante
Voou no pescoço brilhante
Mas, mais que a vontade sedenta
De um licor de absinto
Se percebeu transformado
No pequeno vulto de amor.
Num quarto apagado após longa agonia
Um corpo jazia caido no chão.
E sob a luz negra da lua
As lagrimas quentes
Um morcego valente, pedia perdão.
E então de repente naquele momento
Um sopro de vida a fez avivar
E num ato supremo
Molhado a sereno
Se via ao longe
Dois vultos pequenos
No ar a bailar. …
Copyright – Beniroberson Rodrigues
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