quinta-feira, 4 de agosto de 2011


O morcego

O morcego voando pela janela

Viu diante de um espelho a donzela

Que dizia penteando os cabelos

Um pequeno poema para seu amor encantar.

O cheiro de seus cabelos

Que vinha com soprar do vento

Deixava o recinto infestado

Com um doce cheiro de flor

A pretendida

Na penumbra da luz amarelada

Viu o bicho aterrorizada

E como uma louca desvairada se pos a gritar

O morcego agora confiante

Voou no pescoço brilhante

Mas, mais que a vontade sedenta

De um licor de absinto

Se percebeu transformado

No pequeno vulto de amor.

Num quarto apagado após longa agonia

Um corpo jazia caido no chão.

E sob a luz negra da lua

As lagrimas quentes

Um morcego valente, pedia perdão.

E então de repente naquele momento

Um sopro de vida a fez avivar

E num ato supremo

Molhado a sereno

Se via ao longe

Dois vultos pequenos

No ar a bailar. …

Copyright – Beniroberson Rodrigues